O gabinete do juiz Alexandre de Moraes, na mais alta corte do país, teria empregado o departamento de enfrentamento da propagação de informações falsas do órgão responsável pelas eleições, naquela ocasião liderado pelo próprio magistrado, para elaborar documentos que fundamentassem decisões contrárias aos partidários do antigo mandatário Jair Bolsonaro (PL) durante e após o processo eleitoral de 2022, conforme divulgado pela matéria jornalística do jornal Folha de S.Paulo.
A publicação informou que conseguiu acesso a um volume superior a 6 gigabytes de arquivos e comunicações via mensagem, intercambiadas informalmente, que demonstrariam uma sequência de eventos atípica, afetando ambos os tribunais. O ente associado ao TSE teria sido empregado para nutrir a investigação conhecida como inquérito das notícias fraudulentas, em tópicos vinculados ou não à eleição de dois anos atrás.
No artigo publicado, são apresentados segmentos de diálogos selecionados, nos quais os envolvidos manifestam inquietação quanto ao suposto descontentamento de Moraes face ao atraso na execução de comandos. O periódico assegura ter adquirido o conteúdo através de informantes que acessaram informações de um dispositivo móvel que armazena as conversas, e garante que não ocorreu nenhuma interceptação ilícita ou invasão cibernética.
A matéria relata que o assessor Airton Vieira, considerado o mais íntimo colaborador do ministro, solicitava, de forma não oficial através do Whatsapp, ao então chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do TSE, Eduardo Tagliaferro, a elaboração de documentos detalhados visando os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro.
De acordo com o artigo, o acervo de informações indica a existência de pelo menos vinte situações desse tipo e teria servido de fundamento para ações judiciais, tais como a anulação de passaportes, suspensão de contas em plataformas digitais e convocações para prestar esclarecimentos junto à Polícia Federal
A matéria jornalística descreve duas ocorrências em que Alexandre de Moraes teria solicitado, por meios não oficiais, a elaboração de documentos sobre publicações feitas pelo profissional de imprensa o comunicador Rodrigo Constantino e o ex-apresentador Paulo Figueiredo, ex-apresentador da a emissora Jovem Pan e descendente do antigo chefe de Estado o falecido João Batista Figueiredo, o último da regime militar.
O material, sujeito a alterações pelo juiz, teria fundamentado as determinações limitativas de Moraes no contexto da investigação das notícias falsas. O tom das conversas, conforme retratado pela matéria do jornal, indica que as decisões estavam sendo delineadas antes da consolidação dos elementos comprobatórios.
A matéria introduz novos aspectos ao inquérito das notícias fraudulentas, que vem acumulando detratores desde o seu início polêmico em 2019 — resultado de uma decisão exclusiva do ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, que nomeou Moraes como relator. O periódico buscou contato com o ministro e sua equipe, porém, não recebeu retorno até o momento da divulgação.
Larissa Rosa é apaixonada por desvendar os mistérios dos sonhos, explorando os significados por trás de cada visão noturna. Sua curiosidade incessante a impulsiona a mergulhar nas profundezas da psique humana, buscando compreender os simbolismos e mensagens ocultas que se revelam durante o sono.